"DAI DE GRAÇA O QUE DE GRAÇA RECEBESTE"-JESUS

O DOM DE CURAR

Restituí a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios. Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido. (S. MATEUS, cap. X, v. 8.)
“Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido”, diz Jesus a seus discípulos. Com essa recomendação, prescreve que ninguém se faça pagar daquilo por que nada pagou. Ora, o que eles haviam recebido gratuitamente era a faculdade de curar os doentes e de expulsar os demônios, isto é, os maus Espíritos. Esse dom Deus lhes dera gratuitamente, para alívio dos que sofrem e como meio de propagação da fé; Jesus, pois, recomendava-lhes que não fizessem dele objeto de comércio, nem de especulação, nem meio de vida.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

BIOGRAFIA DE LUIZ SERGIO


17/11/1949 a 12/02/1973


Nasceu no Rio de Janeiro, Capital , em 17 de Novembro de 1949 , filho de Júlio de Carvalho e de Zilda Neves de Carvalho.
Passou três anos de sua infância em São Paulo, retornando ao Rio de Janeiro em 1957.
Aos onze anos de idade , transferiu-se com seus familiares para Brasília , onde fixaram residência. Seus estudos foram feitos em Colégios do Plano Piloto: Nossa Senhora do Rosário (Irmãs Dominicanas) , CASEB e Elefante Branco.
Cursava o oitavo semestre da Faculdade de Engenharia Eletrônica da Universidade de Brasília - UnB. Pertencia ao quadro de funcionários do Banco do Brasil S/A., lotado na Agência Central de Brasília.
Alegre e extrovertido, sabia fazer amigos com rara facilidade,sem distinguir idade , cor ou sexo. Apreciava a leitura e a música. Tocava violão, preferindo músicas românticas da bossa-nova.
Companheiro inseparável de seu irmão , cursavam ambos as mesmas matérias na Faculdade, participavam das mesmas traquinagens de rapaz e eram lotados na mesma seção de trabalho , em horários iguais. Era conhecido nos meios em que habitualmente freqüentava pelo apelido de "Metralha" , por falar muito depressa. Andava muito ligeiro.
Físico atlético , sem ser muito alto, gostava de esportes e torcia pelo Clube de regatas Flamengo - RJ .
Convidado por colegas de serviço a viajar a São Paulo em um fim-de-semana, para assistir à primeira corrida de carros "Formula 1", que seria realizada no Brasil , no autódromo de Interlagos , aceitou, com o objetivo de ajudar a dirigir na estrada e rever os parentes que conhecera,praticamente , no ano anterior , principalmente a priminha Valquíria, com quem passara a corresponder-se. Seguiram os quatro no Volkswagen.
Ao regressarem, Luiz Sérgio dormia ao lado de Roberto, que estava ao volante, quando, na ultrapassagem de um coletivo, um buraco na estrada provocou o rompimento de uma peça do carro, que se desgovernou, causando o acidente.
Roberto sofreu ferimentos que provocaram a sua invalidez. Isso aconteceu na madrugada de 12 de fevereiro de 1973, nas proximidades de Cravinhos, Estado de São Paulo.
Os detalhes acima apresentados foram relatados pelos dois companheiros que viajavam no banco traseiro do veículo e nada sofreram.

Somente em seu 7º livro, "O Vôo Mais Alto" o próprio Luiz Sergio descreve esse momento;
Sabe irmão Palário, quando me recordei que você sempre foi meu amigo? No momento em que eu meditava sobre a violência na Terra, relembrei o meu desencarne, o meu desespero, a vontade de voltar ao corpo inerte, a indiferença deste, já enrijecido ali no asfalto, insensível ao espírito, que pensava ainda poder maneja-lo. Pois surpreso fiquei ao constatar que em vez de um, tinha dois corpos. Foi aí, amigo, que você me deu apoio. A sua mão foi o sustentáculo que me colocou em pé.
Quatro meses após sua morte, veio a primeira comunicação através da mediunidade de Alayde de Assunção e Silva, residente em São Bernardo do Campo - S.P.
Em outubro de 1972, Luiz Sergio, havia conhecido sua prima de segundo grau Alayde, que juntamente com familiares, visitou seus pais em Brasília, depois de longos anos sem contato. Alayde, espírita militante em SBC, possuía o dom da mediunidade psicográfica, muito embora sobre esse particular quase nada soubesse. Ainda na última viagem a São Paulo que fez, visitou os parentes, sem contudo avistar-se com ela.
Após sua passagem, as duas famílias aproximaram-se mais, o que talvez, tenha permitido a Luiz Sérgio o ensejo de perceber o vínculo espiritual a que poderia ater-se para o fim que almejava, isto é, a comunicação com a família que deixara.
Em sua primeira mensagem, seus pais tiveram a perfeita sensação de sua presença e suas palavras ressoaram nítidas, como se ele ali estivesse contando tudo. Outras mensagens vieram, completando a primeira, trazendo a narração de sua vida no mundo que ele encontrou.
Seus pais começaram a comentar com amigos, das mensagens, e surgiu a idéia de publica-las no suplemento espiritualista que acompanhava aos domingos um jornal do Rio de Janeiro, de grande conceito e tiragem chamado " Jornal dos Sports "
Grande foi o interesse despertado, de tal modo que seus pais resolveram juntar todas as comunicações em um só volume, para aumentar o número dos que seriam, favorecidos pela oportunidade de penetrar nesse mundo que ele descrevia. Nasceu assim O MUNDO QUE EU ENCONTREI, editado em 1976, e NOVAS MENSAGENS editado em 1978.
A intenção de Luiz Sérgio, a princípio, era confortar os pais, provando que ele vivia, dando notícias de sua chegada ao plano extrafísico e narrando as diversas experiências por que estava passando. Mais tarde, ao perceber que muitos mostravam interesse em suas mensagens, sentiu-se encorajado a prosseguir em suas investigações, na esperança de ampliar o círculo dos que, com ele, usufruiriam de seus resultados.
O interesse dos leitores pelos ditados de Luiz Sérgio, foi muito evidente, animando seus pais, a despeito das dificuldades financeiras, a editarem o terceiro livro em continuidade ao trabalho já iniciado.
Um fato novo veio alterar a estrutura desse livro, ou seja, a introdução de mais um médium psicógrafo: Lucia Maria Secron Pinto, residente no Rio de Janeiro.
Com isso, houve mudança no teor das mensagens, visto que Alayde narra as experiências por que passa Luiz Sergio no mundo espiritual, com vistas ao seu aperfeiçoamento, o que traz uma série de informações importantes, intercaladas de conselhos proveitosos, enquanto Lúcia disserta sobre temas gerais destinados às pessoas que estão aqui na Terra, ansiosas por esclarecimentos e conforto relacionados às vicissitudes que a vida material se lhes apresenta.
Este trabalho com o novo médium foi iniciado de maneira bastante curiosa.
Em culto evangélico no lar, realizado semanalmente, na casa de Lúcia, foram lidas algumas mensagens de Luiz Sérgio publicadas no suplemento " O Mundo Azul " anexado ao " Jornal dos Sports " todos os domingos.
Um dos participantes da reunião, a senhora Olinda Sobreira Evangelista, interessou-se vivamente pelas mensagens e levou-as para serem lidas por suas filhas, as jovens Márcia e Maria Eliza.
Quando soube da publicação do primeiro livro, Dª Olinda entrou em contato com Dª Zilda Nunes de Carvalho, mãe de Luiz Sérgio e passou a divulgar a obra junto a pessoas mais próximas.
Certo dia durante a realização do culto do lar, Lúcia teve a intuição de orientar Dª Olinda para que iniciasse a mesma atividade em sua própria casa.
Ao comentar com as filhas o ocorrido, Maria Eliza disse desejar que o mentor da nova reunião fosse Luiz Sérgio.
Lucia, consultada sobre esta intenção, achou importante que se falasse com Dª Zilda. Esta por sua vez, escreveu à médium Alayde pedindo que consultasse o espírito de Luiz Sergio sobre a possibilidade de sua atuação nesse sentido, já que tinha facilidade em comunicar-se com ele.
Ao final de algumas semanas, a resposta chegou. Luiz Sergio afirmava ter recebido permissão para assumir o compromisso, apesar de sua situação de espírito recém-desencarnado e ainda passando por intenso processo de aprendizado.
Recomendou o espírito que estivesse presente, um médium psicógrafo à primeira reunião. Para esta tarefa apresentou-se a própria Lucia, sem imaginar, no entanto, que este seria o começo de um trabalho de maior monta, que teria continuidade a partir dali.
As mensagens psicografadas por Alayde foram recebidas em sua residência, em São Bernardo do Campo, e também em Pindamonhangaba, Cabo Frio e Rio de Janeiro, quando em viagem a estas cidades.
Lucia, no Rio de Janeiro, psicografava na residência de Dª Olinda, durante o culto no lar ou nas reuniões em que participava, no Centro Espírita Amaral Ornellas.
Assim, em 1981 foi editado o livro INTERCÂMBIO psicografado por Alayde e Lúcia.
Centro Amaral Ornellas


 
R. Dr. Leal 76 - Engenho de Dentro - R.J., fundado em 25/08/1923
Primeira mensagem ditada na residência de Dª Olinda em 03 de agosto de 1.978, psicografada por Lúcia.
Deus abençoe a todos, indistintamente. Ainda não conheço intimamente cada um dos presentes. Com o tempo, isso será possível. Gostaria de dar uma palavrinha especial a cada um, mas não é possível. Quero agradecer, em primeiro lugar, à Maria Eliza, que foi o ponto de contato para minha afinização, com este lar. Que ela continue firme e alerta, pois há muito a aprender e a realizar.
D. Olinda, obrigado pela sua atenção e pelo carinho que tem tipo por mim e por meus pais, principalmente auxiliando a divulgação de minhas mensagens.
Você Márcia, vai longe, mas não tenha pressa. O material que você traz é de primeira qualidade e merece ser manuseado com muito carinho
Meu cumprimento ao chefe da casa que, no momento não está presente, mas que um dia será "um dos nossos".
Quero que me recordem a meus pais. Sei como se sentem por não estarem aqui. Nada acontece por acaso e eles devem ser pacientes e conformados. Estou vibrando o pensamento para eles.
A você Lúcia, também agradeço de coração e desejo que supere com coragem seus problemas atuais, pois há muito trabalho pela frente que não pode esperar.
Vamos em frente!
Obrigado, gente boa!
Obrigado, meu Deus, por não me desamparares e me proporcionares mais uma grande alegria nesta nova etapa de minha evolução.

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OS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA

O reino dos céus é semelhante a um pai de família que saiu de madrugada, a fim de assalariar trabalhadores para a sua vinha. — Tendo convencionado com os trabalhadores que pagaria um denário a cada um por dia, mandou-os para a vinha. Saiu de novo à terceira hora do dia e, vendo outros que se conservavam na praça sem fazer coisa alguma, — disse-lhes: Ide também vós outros para a minha vinha e vos pagarei o que for razoável. Eles foram. — Saiu novamente à hora sexta e à hora nona do dia e fez o mesmo. — Saindo mais uma vez à hora undécima, encontrou ainda outros que estavam desocupados, aos quais disse: Por que permaneceis aí o dia inteiro sem trabalhar? — É, disseram eles, que ninguém nos assalariou. Ele então lhes disse: Ide vós também para a minha vinha. Ao cair da tarde disse o dono da vinha àquele que cuidava dos seus negócios: Chama os trabalhadores e paga-lhes, começando pelos últimos e indo até aos primeiros. — Aproximando-se então os que só à undécima hora haviam chegado, receberam um denário cada um. — Vindo a seu turno os que tinham sido encontrados em primeiro lugar, julgaram que iam receber mais; porém, receberam apenas um denário cada um. — Recebendo-o, queixaram-se ao pai de família, — dizendo: Estes últimos trabalharam apenas uma hora e lhes dás tanto quanto a nós que suportamos o peso do dia e do calor. Mas, respondendo, disse o dono da vinha a um deles: Meu amigo, não te causo dano algum; não convencionaste comigo receber um denário pelo teu dia? Toma o que te pertence e vai-te; apraz-me a mim dar a este último tanto quanto a ti. — Não me é então lícito fazer o que quero? Tens mau olho, porque sou bom? Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos, porque muitos são os chamados e poucos os escolhidos. (S. MATEUS, cap. XX, vv. 1 a 16. Ver também: “Parábola do festim das bodas”, cap. XVIII, nº 1.) (Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XX, item 1.)

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITÍSMO

PARÁBOLA DA FIGUEIRA QUE SECOU
Quando saíam de Betânia, ele teve fome; e, vendo ao longe uma figueira, para ela encaminhou-se, a ver se acharia alguma coisa; tendo-se, porém, aproximado, só achou folhas, visto não ser tempo de figos. Então, disse Jesus à figueira: Que ninguém coma de ti fruto algum, o que seus discípulos ouviram. — No dia seguinte, ao passarem pela figueira, viram que secara até à raiz. — Pedro, lembrando-se do que dissera Jesus, disse: Mestre, olha como secou a figueira que tu amaldiçoaste. — Jesus, tomando a palavra, lhes disse: Tende fé em Deus. — Digo-vos, em verdade, que aquele que disser a esta montanha: Tira-te daí e lança-te ao mar, mas sem hesitar no seu coração, crente, ao contrário, firmemente, de que tudo o que houver dito acontecerá, verá que, com efeito, acontece. (S. MARCOS, cap. XI, vv. 12 a 14 e 20 a 23.) A figueira que secou é o símbolo dos que apenas aparentam propensão para o bem, mas que, em realidade, nada de bom produzem; dos oradores que mais brilho têm do que solidez, cujas palavras trazem superficial verniz, de sorte que agradam aos ouvidos, sem que, entretanto, revelem, quando perscrutadas, algo de substancial para os corações. É de perguntar-se que proveito tiraram delas os que as escutaram. Simboliza também todos aqueles que, tendo meios de ser úteis, não o são; todas as utopias, todos os sistemas ocos, todas as doutrinas carentes de base sólida. O que as mais das vezes falta é a verdadeira fé, a fé produtiva, a fé que abala as fibras do coração, a fé, numa palavra, que transporta montanhas. São árvores cobertas de folhas porém, baldas de frutos. Por isso é que Jesus as condena à esterilidade, porquanto dia virá em que se acharão secas até à raiz. Quer dizer que todos os sistemas, todas as doutrinas que nenhum bem para a Humanidade houverem produzido, cairão reduzidas a nada; que todos os homens deliberadamente inúteis, por não terem posto em ação os recursos que traziam consigo, serão tratados como a figueira que secou. Os médiuns são os intérpretes dos Espíritos; suprem, nestes últimos, a falta de órgãos materiais pelos quais transmitam suas instruções. Daí vem o serem dotados de faculdades para esse efeito. Nos tempos atuais, de renovação social, cabe-lhes uma missão especialíssima; são árvores destinadas a fornecer alimento espiritual a seus irmãos; multiplicam-se em número, para que abunde o alimento; há-os por toda a parte, em todos os países em todas as classes da sociedade, entre os ricos e os pobres, entre os grandes e os pequenos, a fim de que em nenhum ponto faltem e a fim de ficar demonstrado aos homens que todos são chamados. Se porém, eles desviam do objetivo providencial a preciosa faculdade que lhes foi concedida, se a empregam em coisas fúteis ou prejudiciais, se a põem a serviço dos interesses mundanos, se em vez de frutos sazonados dão maus frutos se se recusam a utilizá-la em benefício dos outros, se nenhum proveito tiram dela para si mesmos, melhorando-se, são quais a figueira estéril. Deus lhes retirará um dom que se tornou inútil neles: a semente que não sabem fazer que frutifique, e consentirá que se tornem presas dos Espíritos maus

TRAILER DO FILME CHICO XAVIER

BIOGRAFIA DE CHICO XAVIER

Francisco Cândido Xavier, mais conhecido por Chico Xavier, considerado o médium do século e o maior psicógrafo de todos os tempos, nasceu em Pedro Leopoldo, pequena cidade do estado de Minas Gerais, Brasil, no dia 2 de Abril de 1910.
Filho de um operário pobre e inculto, João Cândido Xavier, e de uma lavadeira chamada Maria João de Deus, falecida em 1915, quando o filhinho contava apenas com 5 anos de idade. Na altura tinha mais 8 irmãos, tendo todos sido distribuídos por vários familiares e pessoas amigas. Como órfão de mãe em tenra idade, sofreu muito em casa de pessoas de precária sensibilidade.
Aos nove anos seu pai, já casado novamente, empregou-o como aprendiz numa indústria de fiação e tecelagem. De manhã, até às 11 horas, freqüentava a escola primária pública, depois trabalhava na fábrica até às 2 horas da madrugada. Aprendeu mal a ler e a escrever. Quando concluiu o pequeno curso da escola pública empregou-se como caixeiro numa loja e mais tarde como ajudante de cozinha e café.
Em 1933 o Dr. Rômulo Joviano, administrado da Fazenda Modelo do Ministério da Agricultura, em Pedro Leopoldo, deu ao Jovem Xavier uma modesta função na Fazenda e lá se tornou um pequeno funcionário público em 1935, tendo trabalhado consecutivamente até finais dos anos cinqüenta, altura em que foi aposentado por invalidez (doença incurável nos olhos), com a categoria de escrevente datilógrafo . Não podemos deixar de registrar, sob pena de cometermos grave omissão, que durante as décadas que esteve ao serviço do Ministério da Agricultura, jamais — não obstante a sua precária saúde e trabalho doutrinário, fora das horas de serviço — deu uma única falta ou gozou qualquer tipo de licença, conforme documentos facultados pelo M. A. Em finais da mesma década de cinqüenta, vai residir em Uberaba – MG, por motivos de saúde e a conselho médico, onde permanece até hoje e apenas com a sua magra reforma (aposentadoria).
As suas faculdades mediúnicas são extraordinárias, Sua mediunidade (capacidade natural de ser intermediário entre o plano material e o plano espiritual) manifestou-se, quando tinha 4 anos de idade, pela clarividência e clariaudiência, pois via e ouvia os Espíritos e conversava com eles sem a mínima suspeita de que não fossem homens normais do nosso mundo. Já como jovem e depois como adulto, muitas vezes não diferencia de imediato os homens dos Espíritos. Aos 5 anos, já órfão de mãe, esta manifestou-se várias vezes junto dele encorajando-o e dizendo-lhe que não poderia ir para casa porque estava em tratamento, mas que enviaria um bom anjo que juntaria novamente a família. Esse bom anjo foi a D. Cidália, a segunda esposa de João Xavier, que para casar com o seu pai fez questão de reunir todos os filhos do primeiro casamento e lhe daria depois mais cinco irmãos.
Quando tinha 17 anos, fundou-se o grupo espírita Luiz Gonzaga , onde rapidamente desenvolveu a psicografia, isto é, a faculdade de escrever mensagens dos Espíritos. Época em que se desligaria da Igreja Católica onde deu os primeiros passos na espiritualidade, mas onde não encontrava explicação para os fenômenos que se passavam com ele, designadamente a perseguição de espíritos inferiores de que era alvo. O padre que o ouvia nas confissões foi um conselheiro, um verdadeiro pai e não o dissuadiu do caminho que iniciou no Espiritismo, mas abençoou-o e nunca deixou de ser seu amigo.
No centro espírita começou a psicografar poemas notáveis de famosos poetas mortos, num nível literário tão elevado que os próprios companheiros do grupo não conseguiam atingir integralmente o seu conteúdo. Muitos desses poetas eram totalmente desconhecidos do meio, nomeadamente alguns portugueses: António Nobre, Antero de Quental, Guerra Junqueira e João de Deus. A 9 de Julho de 1932, seria publicada a célebre PARNASO DE ALÉM-TÚMULO , a sua primeira obra psicografada que iria abalar os meios intelectuais do Brasil e tornar conhecida a pacata Pedro Leopoldo.
O estilo dos 56 poetas mortos, entre os quais vários portugueses, era precisamente idêntico ao estilo dos mesmos enquanto vivos, informavam os literatos das academias e universidades dos grandes centros culturais do Brasil, embora não soubessem explicar o fenômeno. Seria o início da sua imponente obra mediúnica que hoje já ultrapassa os 350 livros.
Bastava apenas um desses livros para constituir um roteiro seguro para o homem na Terra rumo à sua alforria, à sua felicidade. Seus ensinamentos revivem plenamente o Evangelho de Jesus e as lições do Consolador que Kardec — o discípulo fiel de Jesus — nos legou com tanto sacrifício e renúncia.
Mas de mil entidades espirituais nos deram informações através das suas abençoadas mãos, provando à saciedade a imortalidade do Espírito e a sua comunicabilidade com os homens. Mas falar de Chico Xavier é falar de EMMANUEL que indelevelmente estará ligado à sua missão. Esse venerando Espírito é o seu protetor espiritual e manifestou-se-lhe pela primeira vez de forma ostensiva em 1931, acompanhado-o desde então até hoje. A respeito desse Benfeitor espiritual nos diz o próprio médium: Lembro-me de que num dos primeiros contactos comigo, ele me preveniu que pretendia trabalhar ao meu lado, por tempo longo, mas que eu deveria, acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e disse mais que, se um dia, ele, Emmanuel, algo me aconselhasse que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e Kardec, que eu devia permanecer com Jesus e Kardec, procurando esquece-lo.
Emmanuel propõe ainda ao jovem Xavier mais três condições para com ele trabalhar: 1ª condição, DISCIPLINA 2ª condição, DISCIPLINA, 3ª condição, DISCIPLINA.
Entre as muitas dezenas de obras mediúnicas de Emmanuel, destacamos os cinco documentos históricos, retirados dos arquivos do plano espiritual, que constituem autênticas obras primas de literatura, e que nos mostram o nascimento do cristianismo e a sua paulatina adulteração logo nos primeiros séculos da era. São os romances mediúnicos baseados em fatos verídicos: HÁ 2000 ANOS … (a autobiografia de Emmanuel, a história do orgulhoso senador romano Publico Lentulus), 50 ANOS DEPOIS , AVE, CRISTO , RENÚNCIA e PAULO E ESTEVÃO (a história de um coração extraordinário, que se levantou das lutas humanas para seguir os passos do Mestre, num esforço incessante ). Esta última obra, de 553 paginas, por si só justificaria a missão mediúnica de Chico Xavier, segundo o erudito J. Herculano Pires.
Em 1943 começara a utilizar a mediunidade do abnegado médium uma nova entidade espiritual que assinará as suas mensagens com o nome André Luiz. Quem não conhece, mesmo aqui em Portugal, a quadra:
Não se irrite. SORRIA Não critique. AUXILIE Não grite. CONVERSE Não acuse. AMPARE
André Luiz é o pseudônimo utilizado por um espírito que foi médico e cientista na sua última existência e que desencarnou numa clínica do Rio de Janeiro pelo início da década de trinta. É considerado o verdadeiro repórter de além-túmulo. Relata-nos numa séria de 11 livros a experiência do seu pensamento, as dificuldades iniciais, o reencontro com familiares e conhecidos que o precederam na partida para o plano espiritual a observação e as expedições de estudo junto de Espíritos de elevada evolução. Esses relatos começam com o já célebre, livro NOSSO LAR (nome duma cidade do plano espiritual), hoje traduzido em vários idiomas, entre eles o Japonês e o Esperanto e que já vai na 40ª edição em Português, com 800.000 exemplares editados até hoje. Obra que também iria causar e ainda causa uma certa polemica. Nessa série de reportagens a alma humana é profundamente escalpelizada, e onde se confirma na prática os ensinamentos que Jesus nos legou há dois milênios atrás e que Kardec relembra e amplia tão bem sob orientação do Espírito de Verdade. Um dia, no futuro, os médicos, os psicólogos, os sociólogos, etc., ficarão admirados pela sabedoria neles contida, que já no século XX se encontrava no Planeta, apontando diretrizes segura para a felicidade e paz entre os homens.
A obra monumental de Chico Xavier que se considera, segundo suas próprias palavras: um servidor humilde — humilde no sentido da desvalia pessoal , jamais serviu para beneficiar materialmente a sua pessoa. Todos os direitos autorais foram cedidos graciosamente a instituições espíritas, nomeadamente à Federação Espírita Brasileira, e a instituições de solidariedade social. Quando as autoridades públicas lhe concedem títulos de cidadania (mais de cem já lhe foram concedidos) diz que o mérito não é para ela mas para os Espíritos e sobretudo para a Doutrina Espírita que revive os ensinamentos de Jesus na sua plenitude e que ele não passa de um poste obscuro para a colocação do aviso de que a Doutrina Espírita foi premiada com essas considerações públicas .
Há que registrar também que várias centenas de instituições de solidariedade social forma criadas e inspiradas no seu exemplo e obra: orfanatos, escolas para os pobres, lares de deficientes, sopas dos pobres, campanhas do quilo, ambulatórios médicos, alfabetização de adultos, bibliotecas, etc., etc. Antes de encerrarmos estas notas gostaríamos de registrar ainda o seu ponto de vista em relação às outras doutrinas, filosofias e ideologias, aliás que são o do próprio Espiritismo, mas passemos-lhe novamente a palavra: Nosso amigo espiritual, Emmanuel, nos aconselha a respeitar crenças, preconceitos, pontos de vista e normas de quaisquer criaturas que não pensem como nós, mas adverte-nos que temos deveres intransferíveis para com a Doutrina Espírita e que precisamos guardar-lhe a limpidez e a simplicidade com dedicação sem intransigências e zelo sem fanatismo .
Estes são alguns dos traços biográficos desse abnegado bem-feitor que renunciou a tudo para que o mundo seja um pouco melhor e que dá pelo nome simples de Chico Xavier.
COLÔNIA NOSSO LAR